terça-feira, 29 de junho de 2010

Quem sou eu?



Nesta altura da vida já não sei mais quem sou...
Vejam só que dilema!!!
Na ficha da loja sou CLIENTE,
no restaurante FREGUÊS,
quando alugo uma casa INQUILINO,
na condução PASSAGEIRO,
nos correios REMETENTE,
no supermCor do textoercado CONSUMIDOR.
Para a Receita Federal CONTRIBUINTE,
se vendo algo importado CONTRABANDISTA.
Se revendo algo, sou MUAMBEIRO,
se o carnê tá com o prazo vencido INADIMPLENTE,
se não pago imposto SONEGADOR.
Para votar ELEITOR, mas em comícios MASSA,
em viagens TURISTA, na rua caminhando PEDESTRE,
se sou atropelado ACIDENTADO, no hospital PACIENTE.
Nos jornais viro VÍTIMA, se compro um livro LEITOR,
se ouço rádio OUVINTE.
Para o Ibope ESPECTADOR,
para apresentador de televisão TELESPECTADOR,
no campo de futebol TORCEDOR.
Se sou corintiano, SOFREDOR.
Agora, já virei GALERA.
Se trabalho na ANATEL, sou COLABORADOR e,
quando morrer... uns dirão... FINADO, outros... DEFUNTO,
para outros... EXTINTO, para o povão... PRESUNTO.
Em certos círculos espiritualistas serei... DESENCARNADO,
evangélicos dirão que fui... ARREBATADO...
E o pior de tudo é que para todo governante
sou apenas um IMBECIL !!!
E pensar que um dia já fui mais EU.

Luiz Fernando Veríssimo.

terça-feira, 22 de junho de 2010

A impontualidade do amor




Você está sozinho. Você e a torcida do Flamengo. Em frente a tevê, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar. Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha.

Trimmm! É sua mãe, quem mais poderia ser? Amor nenhum faz chamadas por telepatia. Amor não atende com hora marcada. Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase galinha, sem disposição para relacionamentos sérios. Ele passa batido e você nem aí. Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia-volta, volver. Por que o amor nunca chega na hora certa?

Agora, por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans. Agora que você está empregado, lavou o carro e está com grana para um cinema. Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a gostar de jazz. Agora que você está com o coração às moscas e morrendo de frio.

O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina. Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga, e mal repara em outro alguém que só tem olhos pra você. Ou então fica arrasado porque não foi pra praia no final de semana. Toda a sua turma está lá, azarando-se uns aos outros. Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio numa locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida. O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa.

O jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste. Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole. O amor está em todos os lugares, você que não procura direito.

A primeira lição está dada: o amor é onipresente. Agora a segunda: mas é imprevisível. Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza. Idealizar é sofrer. Amar é surpreender.

Martha Medeiros

terça-feira, 15 de junho de 2010

Brasil X Coreia do Norte



É hoje!!!!!
Com olhar fixo no telão,
um chop na mão para ajudar no grito
e muito amor pela camiseta, lá vou eu!!!
Se depender da minha torcida, o brasil é hexa!

quinta-feira, 10 de junho de 2010




No dias dos namorados, eu me vestirei de BatGirl e salvarei o meu gatinho desta selva de pedra. Levarei ele para um lugar quente e confortável, onde ele ficará seguro para ronronar.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Texto de Charles Chaplin



A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina.
Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente.
Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.
Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo.
Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar.
Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria.
Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.
Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando.
E termina tudo com um ótimo orgasmo!
Não seria perfeito?

segunda-feira, 7 de junho de 2010

No lugar deste, uma pedra.

Tenho rezado para agradecer
por ter sido só o coração que se quebrou,
e não o pescoço.



Nada melhor que,
uma boa noite de sono
e um novo dia de sol.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O frio que esquenta



O frio em mim...
surge para que eu possa aquecer as mãos no teu rosto,
aquecer a minha pele no teu corpo,
aquecer os meus lábios nos teus...
Todo inverno, o meu frio surge,
para aquecer o meu coração.